Soldagem do suporte de suspensão

Virei o carro para o outro lado e terminei a solda da parte onde vai o suporte da suspensão traseira.

 Os três pontos é onde está ligada a parte estrutural onde ia apenas solda por ponto, como eu disse nos post anteriores.

Posição do suporte "novo" testada e aprovada.

Articulações importadas para suspensão

Hoje chegaram as rotulas "especiais" que comprei para a suspensão dianteira. Nunca fiquei satisfeito com a peça original que era vendida no Brasil, mesmo a original, então comprei do chevette da Vauxhal européia.

 De cara dá para ver que tanto a superior quanto a inferior usam porca castelo, algo que nem todas as nacionais usam (não que precise, mas é legal). A vedação da superior é muito mais interessante, ela é facilmente removível e usa uma borracha mais grossa e mais flexível além de ter uma "lata" para protege-la.

O mais legal de tudo são esses "furos" que ficam na parte de baixo, eles são para instalar engraxadeiras (que já vem com elas, claro).

Para quem tiver interesse, procure em http://www.omegaautostore.com/ com o imposto os dois pares não ficaram baratos, R$230, mas fiquei muito satisfeito.

Essa semana descobri que algumas coisas que achei que seriam tranquilas tomarão bastante tempo ... comecei a mexer nas fechaduras, uma das originais do carro estava com o cromo "estufado" (pena que não tirei fotos) e o pessoal da Tarumã não consegui recuperar. Peguei duas outras no ferro velho mas não estão 100%, diria que estão uns 70%, se eu não conseguir mais nada vão elas mesmo. Continuei soldando a parte de baixo e acho que essa semana eu termino e poderemos pintar tudo e por o carro de volta no cavalete convencional. Tem um dos seguidores do blog curioso em relação a adaptação do motor, então, apesar de ter respondido ao comentário a um tempo, vou colocar um sneak peek de como fazer la embaixo.

 Essas são as fechaduras do porta malas (esquerda) e de uma das portas (para a porta essa parte tanto faz, o que muda é a alavanca de plástico). Elas já estão polidas e o cromo original está zerado.

 Essas são as que não estão perfeitas, a da esquerda está com o cromo muito riscado e "furado" (além da capacidade de tirar no polimento) e com uma marca da tentativa de alguém tentar arrancar sem tirar a trava, a outra está com um amassado bem feio na quina.

 Esse miolo é da do porta malas, nunca retirem a tampinha redonda que está no meio da foto ela nunca mais fica bem firme, tive que usar uma resina para trava-la bem. A única razão para tirar essa peça é consertar a mola ou a portinha que protege o interior. Para quem não conhece essas "gavetas" saindo do miolo são as peças que fazem a chave funcionar, para fazer com que todas as portas tenham a mesma chave é "só" troca-las de lugar até que quando você enfiar a chave elas fiquem todas rentes ao cilindro. Pode parecer difícil mas não é, só dá trabalho. Alguns chaveiros picaretas tiram algumas delas para "facilitar", mas o segredo fica mais simples de arrombar.

 Aqui está o último buraco da parte estrutural! Pena que fiquei sem eletrodos esse final de semana, ou já estaria pronto. É importante sempre colocar pontos onde havia originalmente, se você não tem solda ponto (ou quer algo mais firme), faça um furo na chapa no lugar onde seria o ponto e solde dentro do buraco (são os pontos redondos na chapa nova).

 Essa é a peça que vai no lugar que estou terminando de soldar. Ela vem de outro carro pois o do meu estava muito amassado, até consegui voltar ele na porrada mas o esforço abriu uma trinca enorme e precisei pegar essa outra. Vou colocar ela de molho num removedor, num desengraxante e um fosfatizante antes de soldar.

Aproveitando o dia de sneeak peek, segue um ponto que quase esqueci para a instalação do ABS e do controle de tração (eu já postei que vou por isso?) Esse ponto da foto é onde vai a mangueira do freio traseiro. Originalmente vai apenas uma mangueira, mas como vou precisar de duas, vou ter que pegar outro desses de um chevette doador. Só preciso analisar o diferencial para decidir se vai subir por esse lado ou pelo outro.

Para quem tiver curiosidade, no meio do lado direito dá para ver dois furos misteriosos, é neles que vai a raríssima barra estabilizadora traseira.

Agora falando do motor. Para colocar um Econoflex 1.4 no chevette vão ser necessários 4 itens:

1.  Um adaptador do câmbio para o motor que pode ser um flange (o pessoal da Giovanni Performance de Ribeirão preto diz ter mas não conheço e pessoalmente não gosto de flanges) ou uma capa seca, que foi o que usei. Não recomendo comprar dos picaretas de Goias que comprei por que a qualidade é ridícula, comprem da Adap Brasil (google it) que é melhor. Esse flange não é específico para esse motor, ele é feito para o motor do monza ou do vectra, mas a diferença são dois furos que tem que ter seu diâmetro aumentado para encaixar uma guia, pode comprar sem medo.
2. Suportes do motor. Esse item é muito mais complicados pois esse motor é feito para prender na frente e no câmbio (pode até cortar o suporte da frente para ele não bater no radiador). Tem alguns buracos nas laterais que dá para parafusar, mas no lado esquerdo a tubagem do escapamento atrapalha um pouco, algumas pessoas pensaram em trocar a tubagem, mas eu quero usar a original por causa do catalizador que fica nela. Quando eu estiver com o projeto pronto (por enquanto só verifiquei que é possível) eu posto aqui, mas para quem tiver pressa, parece que o pessoal da Giovanni Performance também tem alguma coisa.
3. O escapamento do motor original do chevette sai do lado direito, esse sai do lado esquerdo. Ainda não resolvi por onde vou passar a tubagem, mas dá para passar até por baixo do motor. De qualquer forma já mandei fazer as duas últimas partes do escapamento em inox mas idênticas as originais. Em teoria somente a primeira parte terá que ser diferente.
4. É necessário também um sistema de injeção (ou um carburador). Da para usar toda a parte física original do motor e trocar o módulo por um "aftermarket" como um Pandoo, Megasquirt ou Fueltech, mas sinceramente, não é uma boa ideia. Essas injeções são impossíveis de deixar perfeitas se você não tiver um laboratório adequado não importa o quanto o cara que venda diga que consegue. Até onde sei elas não conseguem nem usar todos os sensores disponíveis nesse motor, quem dirá atingir a mesma relação potência/economia/durabilidade desse motor, normalmente esses caras chutam o pau da barraca e acertam o motor para ficar potente comprometendo sua durabilidade e economia. Para usar a injeção original, você vai precisar de todos os sensores, dos dois chicotes que saem da central, do chicote que fica na parte de dentro do carro ligando no painel, no decodificador da chave (caixa que tem um anel preso envolta do miolo da chave, a propósito, você precisa pegar ele e a chave também e do mesmo carro que você pegou a central!) e no conector de diagnóstico. Você pode até mesmo desbloquear a injeção para não precisar do decodificador, para poder usar a chave original do chevette. A propósito, o radiador original do chevette serve, mas você vai precisar da ventoinha do corsa e de um sensor de temperatura para colocar na parte de baixo dele. Por fim, esqueci de mencionar, mas é necessário colocar um sensor de velocidade digital no câmbio do chevette com o encoder já adaptado para o que a injeção precisa. Essa peça estou projetando mas só vai estar pronto daqui a alguns meses, em resumo é uma roda fônica compacta com o número de dentes necessários para simular o número de pulsos que o corsa maxx dá por volta de roda.

Quando começar a colocar o motor eu entro com os detalhes e as fotos passo a passo.

Nesses últimos dias não rolou muita coisa no carro, fiquei construindo uma estufa para 200ºC afim de poder fazer as pinturas eletrostáticas nas peças da suspensão, carcaças, rodas, etc. Acabamos terminando a soldagem do suporte traseiro esquerdo da suspensão e não pudemos fazer o outro pois o novo não chegou e iniciando a preparação da parte de baixo.

Descobri mais uma bizarrice desse carro, pelo número de série ele não é GP ou (obviamente) SR, então em teoria ele não deveria ter barra estabilizadora no diferencial, no entanto ele tem a furação original com as buchas instaladas! Olhei alguns outros chevettes num ferro velho aqui perto e eles não tem.

 Aproveitei também para montar um dos blocos óticos para ver como ficava, acho que está perfeito, faltaram apenas os parafusos pois os comprados eram muito grandes.

Essa é a parte inferior do porta malas já com o ataque químico e o wash primer. Agora dá para durar para sempre ou pelo menos mais uns 50 anos.

Chegaram as peças que a Tarumã zincou e cromou, algumas peças zincadas ficaram tão brilhantes que parecem até cromadas.

 Aqui estão todas as peças (menos o parachoque) que enviei. Tenho algumas adicionais e algumas, como os suportes de banco (se eu não usar outro tipo de trilho) que vou pintar com pó preto para garantir a aparência original, o resto já dá para montar.

 As peças zincadas não ficaram com a aparência uniforme, como os suportes dos farois mas a aderência e aparentemente a espessura estão excelentes;

 Os dois pares de cinzeiros, os da esquerda zincados, que pintarei de preto e os da direita cromados. Ainda não decidi, acho que vou decidir na hora de montar.

 Tomara que o cromo das porcas das rodas aguente, se descascar vou ter que mandar fazer em cromo duro.

Apesar de uma peça ou outra apresentar um pequeno defeito no revestimento, no geral a qualidade está muito boa e recomendo o serviço da Tarumã para quem estiver restaurando.

O almofadão do painel já está praticamente pronto, faltou uma mão da textura e dar uma boa limpada nas entradas de ar que ficaram cheias de pó branco do lixamento.

Só faltou ver se encaixa direito no local do carro sem precisar de "ajustes".

 

O suporte que prende os braços do diferencial como eu já havia postado anteriormente está praticamente solto, esse da foto acima é o lado direito como está nesse exato momento, com todas as "soldas" trincadas na parte da frente e "colado" com massa. Considerando a geometria da suspensão e a tração traseira pode-se concluir que a "força" que vai das rodas para o carro passa por esses suportes. A estrutura que fica acima deles acumula água com facilidade o que faz com que ele "descole" do carro pois ele não é verdadeiramente soldado na forma original, as "abas" que vemos no seu entorno são usadas para realizar soldas por resistência, de custo e área de fixação muito inferior.  

Para manter o "balanço" de esforços original fiz furos nas abas nos pontos onde eram realizadas as soldas por resistência e soldei por dentro com TIG (fica muito melhor). Sei que não é legal soldar muito coisas desse tipo para evitar criar uma estrutura muito rígida que poderia trincar com facilidade mas me convenci de que a solda TIG com os eletrodos 70S3 e as chapas acalmadas de qualidade muito superior as originais podem aguentar uma "selagem" no entorno total da peça. Para falar a verdade eu quase cortei as abas e soldei o contorno do suporte, seria mecanicamente mais correto, mas assim fica com mais cara de chevette.

Semana passada levei todas as peças que tem que ser zincadas para a "Cromeação Tarumã" em Curitiba. Ainda não peguei as peças para ver como ficaram mas vi alguns trabalhos (alguns parachoques restaurados e um jogo de rodas de opala cromadas (~R$250 para cromar cada uma)) deles e parecem muito bons. Para quem quiser, o telefone é (41) 3262-2853, falar com o Sr. Egerton.

 Todas as peças que vocês veem nessa bandeja (algumas são cromadas e outras zincadas) mais um parachoque traseiro ficaram em R$350.

 Quando ficarem prontas eu posto as fotos aqui.

 Fiquei em dúvida se eu cromava as tampas dos cinzeiros ou zincava para pintar com pó preto, como estava com dois jogos, resolvi fazer cada um de uma maneira, o que eu não usar eu vendo no MercadoLivre.

 Aproveitei o final de semana para dar uma avançada no tabelier, colar as espumas que estavam separadas não estava dando muito certo então arranquei tudo e utilizei um molde de papelão e espuma de poliuretano para "colar" as entradas e ar conforme a situação original. 

Depois de seco cortei os excessos no formato original. Acho que vou passar um emborrachamento para deixar o PU impermeável.

 O Arduino veio esse final de semana e trouxe o paralama interno direito (comprado do Sr. Samir Furlan no MercadoLivre (ffmsistemas@hotmail.com)) e o parachoque dianteiro original da Tergal (comprado do Sr. Paulo Cesar Van Eerdewegh, que por sinal tem muitas outras peças de carros antigos (paulocesarferreiravan@gmail.com))

 Aqui são as entradas de ar depois de "coladas". Tive que passar um pouco de massa de poliester para vedar os vãos que ficaram no contorno.

 Aqui já está tudo lixado, só falta passar a textura e a cor.